O Brasil esta de luto, e o que é pior luto coletivo, até o momento 232 pessoas morreram, a maioria por asfixia, ao inalar fumaça tóxica. Na madrugada deste domingo 27/01/13 numa balada promovida por vários cursos das faculdades de Santa Maria/RS, com aprox. 270.000 habitantes.
O incêndio começou por volta das 2:30 da madrugada; quando um dos componentes da banda que se apresentava,"Gurizada Fandangueira", apontou um sinalizador de fogos de artifício para o teto, que por sua vez era inflamável. Os depoimentos narram que em torno de 3 minutos o fogo no teto se alastrou assustadoramente, e rapidamente.
O pânico foi geral. Haviam aproximadamente 1.500 pessoas no local, que comportava aproximadamente, bem menos do que isto, cerca de 1.000 pessoas.
A casa noturna bem frequentada no lugar, até que tem um nome sugestivo KISS (beijo/beijar); mas tudo indica que não tinha estrutura de segurança para os frequentadores. O Álvara de Licença estava vencido desde o mês de agosto de 2012. Não havia saída de emergência suficiente para o número de pessoas que frequentavam o lugar. Muitos confundiram as portas dos banheiros como saídas de emergência e morreram intoxicados, porque dada a quantidade de gente e o gás tóxico da espuma de plástico e isopor sendo queimado; o calor do fogo que retira o oxigênio do lugar. Resultado tragédia, tragédia, tragédia.
Até mesmo a presidenta Dilma, no papel de mãe da nação que se encontrava no Chile, se deslocou para Santa Maria, consternada mal conseguiu dar entrevista. Isto já aconteceu em 2004 na Argentina; hoje foi em Santa Maria. Onde será o próximo ?
O jeitinho(eu sou amigo do prefeito, o vereador fulano de tal é meu primo); o deixa pra lá; a ganância pelo dinheiro grande; o suborno a fiscais, estão sempre presentes nestes casos.
É uma pena.
domingo, 27 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
LADO A LADO
A nova novela das 6:00 Lado a Lado,que está no ar; produzida
pela rede Globo, tem sido um primor de produção, escrita por Claudia Lage e
equipe, entre elas Luciane Reis como pesquisadora; a novela de época retrata o
Brasil no início do séc. XX.
-Partindo do Rio de Janeiro, a capital da República,
descreve-se o ambiente do Brasil
colonial, retrogrado, moralista, extremamente conservador. Só o homem branco
tinha vez e voz, a ascensão social era algo impensável, ou extremamente difícil,
Sr. Era Sr.; mulher era mulher; as mulheres eram seres de segunda categoria;
negros e negras eram escória, (gentinha que nasceu para servir); ex-escravos ,
seus filhos e netos mesmo livres eram discriminados; iletrados e submetidos a
toda sorte de exclusão e humilhação.
-A imoralidade era varrida para baixo do tapete, como as
senhoras brancas prosmíscuas; os senhores que dormiam com as negras e faziam
filhos e filhas mulatos; as moças solteiras que tinham filhos, eram escondidas,
ou abortavam, e eram classificadas como perdidas. A luta das mulheres para
serem respeitadas e terem o mínimo de reconhecimento e/ou liberdade,
(representadas pela negra/mulata Izabel e pela branca Laura, filha de família
de posses que não se enquadra na sua origem). Mas algumas vitórias são
conquistadas alí, como a Revolta da
chibata, novembro de 1910; quando marinheiros negros se revoltam com as 250
chibatadas sofridas pelo marinheiro Marcelino Rodrigues. João Candido, o líder
negro do movimento, ordena disparos de canhão a partir da baía da Guanabara,
intimidando o então presidente Marechal Hermes da Fonseca que não tinha como
lutar como os insurgentes. Suas reinvidicações
foram aceitas. Assim acabou-se as chibatadas nos marinheiros pardos e
negros.O futebol, recém chegado da Europa era
esporte só para ricos e ainda assim considerado, coisa de vagabundo e
sem futuro, assim como o samba, coisa de negro e a capoeira, coisa de negro e
vagabundo, que inclusive dava cadeia.
Millôr Fernandes, falecido em março de 2012; com seu jeito
sarcástico em entrevista acho que para a
revista Bravo, disse o seguinte: “Algumas pessoas tem o costume de
enfeitar/endeusar certas épocas do passado....Vai lá pra ver, (risos...)”
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Ascensão social e a negação do passado
Ascensão social e a
negação do passado
Virgínia, (nome fictício), tem 32
anos, nasceu na zona sul de S. Paulo,
num bairro de periferia, muito marcado pela violência, principalmente nos anos
80 e 90. Filha de um operário e dona de casa; teve muitos de seus amigos de
infância, primos, amigas e um irmão, cooptados pelo crime, inclusive este seu
irmão foi assassinado. Ela tomada de revolta, ainda bem jovem, jurou que sua
vida seria diferente e não queria isto para si.
Sempre centrada em suas coisas, fez
curso de computação, começou a trabalhar em telemarketing, auxiliar de
administração. Terminou o curso médio sem dificuldades, e resolveu prestar
vestibular para administração de empresas numa faculdade particular, (sempre
contou com a ajuda e apoio de seus pais), passou e se formou.
Na faculdade conheceu, um rapaz que
hoje é seu marido. A família dele é descendente de portugueses,por parte da
mãe, o pai é um mulato, muito reservado, (um típico perfil de bancário
aposentado), alguém me contou que ele gaba-se de ser descendente de espanhóis,
(sic), são (classe média bem estabelecida);residentes numa zona um pouco mais
privilegiada do mesmo bairro. O rapaz herdou do pai uma vaga de trabalho numa
grande rede varejista da capital. Neste quadro suas vidas seguem um padrão
interessante para os dois. Compraram apartamento popular na região e pagaram em
5/6 anos; ao terminar de pagar o apto, ela resolveu engravidar, e teve uma
linda menina. Logo que a menina começou a crescer, definiram que deveriam se
mudar para a Mooca, (bairro antigo/tradicional/de classe média e
média alta). Contaram com ajuda da família dele para pagar a diferença vultosa,
(o dobro) do valor. Pois ele ainda paga o financiamento de grande carro sedan
de marca francesa. Virgínia jamais
refere-se ao seu passado e história familiar pregressa com seus amigos e amigas
de trabalho, (praticamente todos com o mesmo perfil dela e dele). Agora quando
vem para seu antigo bairro ver os pais, Ele o marido não desce mais do carro,
liga para o pai do celular:
-Pai estou chegando, desce para abrir
o portão, já estou dobrando a esquina.
REFLEXÃO: Pessoalmente eu conheci, e
conheço muitas Virgínias e seus maridos;
desde minha juventude no Paraná; não importa muito de onde se observa. A essência
e os desejos humanos são praticamente os mesmos.
Amauri da Silva/editor.
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