Anos 70. Cornélio Procópio, norte do Paraná; eu tinha uns 10 anos, estudava num Colégio a 300 metros de casa. Havia uma professora de matemática e ciências D. Yoshie - japonesa, magra, altura média, um queixo proeminente. muito educada, muito risonha e com boa irregularidade na coluna. Ela era arqueada para frente - isto fazia com que seus movimentos fossem muito característicos.
Mas o melhor vem agora. O pai de D. Yoshie, era um velhão japonês, tão cortez e risonho como a filha, aliás ela era a cópia do pai. (não me lembro de sua mãe); nos fundos da casa da família havia Uma fabrica de "amendoim crocante", na rua Colombo, paralela com a avenida principal.
Uma de nossas diversões, era juntar algumas moedas e ir correndo a rua Colombo comprar um montão de "amendoim japonês", crocante, cheiroso, gostoso demais. Aliás, o cheiro já se sentia da rua; o velho, a mãe, ou a própria D. Yoshie, nos atendiam alegres - como bons comerciantes, e nos entregavam AQUELE montão de amendoim "crocante e cheiroso" num saco de papel. A rua Colombo era muito íngreme, e lá descíamos a rua felizes e contentes e mastigando, croc-croc.
D. Yoshie era solteira e moderna. Ela tinha um Volkswagem Brasília Marrom. Depois que crescemos e ficamos moços, continuamos a encontrá-la pela cidade, sempre muito querida. Não sei quendo a fábrica de amendoim fechou as portas; provavelmente com a morte do pai. Mas o gosto de saborear amendoim crocante continua em nossa lembrança afetiva. Na minha continua com certeza. Não posso negar.
Amauri da Silva
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