terça-feira, 28 de maio de 2013

OSCAR NIEMEYER EM ENTREVISTA A ZUENIR VENTURA


Em 1990 Zuenir Ventura entrevista por mais de 5  horas;este querido gênio da arquitetura e das boas ideias, Oscar Niemeyer, falecido em dezembro de 2012 aos 104 anos.
Esta entrevista foi reeditada na revista Playboy, edição de janeiro/2013. Nela conversou-se sobre a vida, religião, arquitetura; sobre quase tudo que é possível  se falar numa boa e divertida conversa; vou citar apenas dois exemplos:
-Sobre a mulher: ”Mulher bonita é a coisa mais importante que se poder ver.”
-Sobre a construção de Brasília e os operários:  ...Quando estávamos trabalhando em Brasília, esquecemos o ambiente em que vivíamos no Brasil. A gente tinha impressão de que estava construindo um mundo diferente. Ficamos quatro anos em contato com os operários, com as mesmas  roupas, comendo nos mesmos locais, sem discriminação. De noite a gente ia a boates que eram uma merda, mas a gente se divertia junto, tomava um porre, brincava, nos sentíamos solidários naquele fim de mundo.
(...)depois vieram os homens de negócios e Brasília mudou completamente. E os operários se foderam.

Amauri da Silva/editor

domingo, 12 de maio de 2013

A PADARIA DOS PÃES E DA PUTARIA



Desde os tempos mais distantes, nas cidades médias e grandes, há sempre lugares, chamados de boca do lixo; onde existe a concentração prostitutas de rua, muitos barzinhos, botecos, malandros, cachaceiros. Regiões como cais de portos, rodoviárias antigas, lugares abandonados pelo poder público.
No bairro onde moro Santo Amaro-SP, próximo a marginal do rio pinheiros; há uma quarteirão da avenida que é meio bagunçado; tem uma enorme plataforma de onibus  urbano e na esquina uma antiga padaria surreal.
Nesta padaria, há um pateo/varanda com muitas mesas e cadeiras. Entre as duas portas de entrada e saída; existe uma máquina de música que toca muito forró, sertanejo ,música de zona, e por aí vai, (o som é muito potente). O gosto é pra lá de duvidoso.
Não tenho certeza – mas tenho a impressão de que eles funcionam 24 horas. Acreditem servem até almoço. Nos finais de semana, véspera  de feriado, mal dá para passar pelo pateo e ir comprar pão, leite, refri, ou 100 gramas de mussarela. Os frequentadores são tantos... tantos dançam forró, gritam bebem muiiiito.
Quanto aos frequentadores, são do tipo que descrevi no início do texto, peãozada trabalhadora, uma mulherada, (que dispensa comentários); como diria o personagem Caco  Amtibes, é a visão do inferno.
Um dia ouvi dois colegas comentando:
- Meu essa padaria é estranha, parece uma padaria dividida.
Do lado de fora, camelos vendem cds pirata, churrasquinho, milho cozido, bugigangas e o diabo. A definição do rapaz é perfeita. O lugar é surreal.
Amauri da Silva/editor – março/2013.




CENAS DA RUA


1-Em santo Amaro, do outro lado da calçada por onde andava. Uma longa calçada de um novo condomínio de apartamento de classe média alta, vi a seguinte cena: A mãe branca “ grávida”,caminha  ao lado da empregada negra e uniformizada; a empregada empurra o carrinho de bebês. Sim bebês, um parzinho de gêmeos.

2-Na estação de metrô Santa Cruz, um homem branco e bem magro de óculos, caminha rapidamente, de bermudas; uma de suas pernas é mecânica, (dessas modernas de alumínio); seus dois braços, por alguma razão  foram amputados, (haviam apenas duas partes curtas do antebraço), em um dos quais ele prendia as áxilas um livro para sua leitura.
Uma visão comovente.

QUEM NÃO TEM PROBLEMA. INVENTA!



Todos sabemos que os animais domésticos, estão com tudo, os chamados “pets”, cachorros e gatos que merecem todo nosso carinho e respeito, conquistaram lugar de destaque em meio a vida humana, ou seja no seio das famílias.
O problema é que nas médias e grandes cidades, isto não é tão simples assim. As casas  e apartamentos são cada vez menores. Há condomínios de casas geminadas que não há lugar nem para as crianças brincarem. Nos bairros periféricos há terrenos ou quintais com sete/dez casas alugadas; escada sobe; escada desce cada porta é uma casa com dois, três cômodos. E os cachorros e gatos ?
São nestes ambientes que os bichanos estão vivendo, convivendo e sendo criados, com  ração balanceada ou ração comum; comendo macarrão, pedaços de pizzas, um bocado de sorvete, (aí que lindo ele adora sorvete....), (não é meu bebezinho querido...). Ao longo de alguns anos, o bebezinho querido cresce, fica obeso, com dentes cariados, e com problemas de coração, diabetes. Aquele dono/dona que até então tinha o animal para afastar sua solidão; ou para se exibir com seu animal fofo e raro e caro com “ pedigree”, se vê as voltas com saídas urgentes ao hospital veterinário e coisas assim.
No caso de perda do bichano, por morte ou acidente, claro vem o sentimento de luto, de solidão e depressão. Ninguém escapa a este veredito imposto pela vida, perder dói.
Alguem poderá dizer:
-Cada um gasta seu tempo e dinheiro como  quiser.....
Lógico; concordo. Quem não tem problema, inventa.
Amauri da Silva/editor. Março/2013.